Todo tumor é originado de alterações genéticas locais nos tecidos, mas apenas uma parte é causada por predisposição genética hereditária, o que faz com que muitas pessoas se confundam.
Há uma grande diferença entre o tecido tumoral hereditário e o que é geneticamente hereditário, por isso hoje vamos explicar a diferença e ajudar a sociedade a entender melhor os caminhos da prevenção.
Como qualquer outro tipo de tumor, o câncer de mama tem origem genética, porque ocorre a partir de alterações indevidas dos genes durante o processo de multiplicação celular e algumas dessas falhas podem estar associadas a fatores hereditários de predisposição.
Na grande maioria dos outros tipos de tumores, as mutações derivam de fatores ambientais, como: tabagismo, dieta inadequada, desequilíbrios hormonais e obesidade, por exemplo.
Alguns fatores ambientais podem aumentar o risco de alterações celulares nas mamas, podendo resultar em câncer, mas nesse caso não é transmitido hereditariamente.
Existem cerca de 25 mil genes do corpo humano, mas apenas duas ou três dezenas protegem a mulher contra o câncer de mama. Quando existem alterações hereditárias em genes desse pequeno grupo as mulheres ficam mais vulneráveis às agressões ambientais, e isso favorece o desenvolvimento de tumores, comprovando uma predisposição genética hereditária.
Mas, o fato de ser mais vulnerável não significa que a mulher vai necessariamente desenvolver um câncer de mama. O risco pode aumentar em até algumas vezes para quem apresenta predisposições genéticas familiares, e cerca de 10% a 15% das mulheres com câncer podem apresentar essa condição.
As predisposições genéticas hereditárias ocorrem nos genes BRCA1 e BRCA2, e estão relacionadas a um alto risco de câncer de mama e ovário em mulheres mais jovens, com idade inferior aos 40 anos, e podem ocorrer nas duas mamas (tumores bilaterais).
A detecção de alterações genéticas ajudam o médico a estabelecer uma estratégia de prevenção personalizada, focando no tratamento do tumor já existente, e também na prevenção, diminuindo o risco de desenvolvimento de novas lesões.
Pessoas com alterações nos genes BRCA1 e BRCA2 também têm maior risco de desenvolver câncer de ovário, próstata e pâncreas.
Hoje os tratamentos estão mais focados nas características individuais de cada pessoa, pois cada caso é um caso e merece ser investigado de forma adequada.
Vale ressaltar que, embora seja muito raro, o câncer de mama também pode acometer homens, quando associado a essa condição familiar.
Por isso, prevenção, tratamento precoce e personalizado são as medidas que salvam vidas.