Até trinta ou quarenta anos atrás, nem de longe o papel da mulher na sociedade se assemelha ao que é hoje. Prevalecia uma espécie de predestinação transportada de maneira natural e intocável, salvo uma ou outra exceção, de geração para geração. A mulher era criada para ser mãe, esposa e cuidar de casa.
Um dos fenômenos relacionados com esse novo cenário social é a mudança no papel da mulher. Cuidar exclusivamente de casa e dos filhos já quase não é uma obrigação imposta pelos costumes. Os estudos e o desenvolvimento profissional agora são encarados como uma necessidade inquestionável. No entanto, a maternidade continua sendo uma vocação presente na vida da maioria das mulheres. A questão é que nem sempre é fácil conciliar tudo numa boa.
A mulher no mercado de trabalho pode fazer escolhas como qualquer homem, mas, quando vem a gravidez, ela é obrigada a desviar seus objetivos, ainda que isso demore mais ou menos para acontecer, dependendo de cada situação. É diferente do pai, que tem a chance de continuar levando uma rotina profissional praticamente normal, mesmo com a chegada do bebê.
A maioria das mulheres com carreira consolidada opta por ser mãe após os 35 anos. Contudo, após o nascimento, é necessário assumir a responsabilidade sobre o bebê. A sociedade cobra essa atitude. A diferença talvez esteja ligada ao momento da maternidade.
Encontrar o momento certo dá a mulher a chance de se preparar para todas as mudanças que acompanham a gravidez. Por outro lado, insegurança, medo e sensação de impotência são características do impacto que surge quando a maternidade é uma surpresa. Quando a gravidez ocorre em um momento profissional crítico, como o meio de um projeto importante, após uma promoção ou o início em uma nova empresa, pode gerar também certa sensação de frustração.
Gravidez não é doença. O segredo é tentar equilibrar os sentimentos e entender que é preciso conviver bem com o adiamento ou até mesmo o abandono de projetos profissionais. O desconforto e a diminuição de ritmo se impõem, mas são temporários. Não há como modificar isso. É preciso saber levar com naturalidade até o momento de decidir pela volta ao trabalho ou não.
Retomar ou abandonar a carreira
Numa sociedade altamente competitiva, o período da licença maternidade muitas vezes é povoado pelo fantasma da demissão ou da perda de espaço profissional. São conflitos que estão colocados e que fazem parte da difícil administração do mundo privado do lar e do espaço público do trabalho.
A primeira dúvida é com respeito ao momento certo para retomar a atividade profissional. Estudos mostram que as mulheres que protelam o retorno ao trabalho até que os filhos cresçam têm muita dificuldade em arrumar colocações. Com isso, muitas passam a se sentir deslocadas, desatualizadas e mesmo despreparadas.
Mas existem maneiras de conciliar as diferentes necessidades que se apresentam e amenizar o conflito entre cuidar do filho ou da profissão. Tudo fica mais fácil quando se tem uma rede de apoio, que pode vir tanto de familiares quanto de profissionais contratados para esse fim.
Algumas empresas chegam a oferecer a possibilidade de a criança ficar numa creche própria, o que diminui bastante a angústia da separação. Além do mais, nesse caso, estar perto do bebê permite até mesmo a continuidade do aleitamento materno. De qualquer forma, é importante que a preparação para o retorno profissional não seja deixada para o fim da licença-maternidade. A ansiedade diminuiu muito e a tranquilidade aumenta quando se pode planejar e executar um esquema que atenda às necessidades da mãe e da criança.
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