Novos resultados do The Women’s Health Study: From Adolescence to Adulthood, apresentados durante o Congresso Anual da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, na Filadélfia, EUA, revelam que, além de ter um componente hereditário, as chances de uma jovem ser diagnosticada com endometriose são influenciadas por fatores na primeira infância, como por exemplo, a exposição ao tabaco durante a gravidez ou na infância.
O estudo reuniu dados de 604 mulheres jovens: 295 com endometriose confirmada por laparoscopia e 309 controles. Todas as participantes tinham menos de 25 anos de idade; os controles tinham em média 22 anos de idade e os indivíduos com endometriose tinham uma idade média de 17 anos quando ingressaram no estudo.
As participantes preencheram um questionário sobre fatores de saúde no início da vida, incluindo a idade da mãe no parto; peso ao nascer; tempo de gestação; o hábito de fumar dos pais durante a gravidez e a infância; e se o sujeito foi ou não amamentado.
Fatores que propiciam o surgimento da endometriose
A idade média da menarca foi de 12 anos para ambos os grupos, com endometriose e controles. As mães de 50% das mulheres com endometriose também sofriam de endometriose, enquanto apenas 9% dos controles relataram que suas mães tinham endometriose.
As participantes que foram amamentadas tiveram cerca de um terço das chances de diagnóstico de endometriose com menos de 25 anos do que aquelas que não foram amamentadas. Embora o número de mulheres expostas seja pequeno, o impacto do tabagismo dos pais foi dramático. “As mulheres jovens cujos pais fumaram durante a infância tiveram 2,5 vezes mais chances de serem diagnosticadas com endometriose e aquelas cujas mães fumaram, durante a gravidez, tiveram quatro vezes mais chances de receber um diagnóstico de endometriose”, afirma a ginecologista Amanda Volpato, diretora da Clínica Hope.
“Pesquisas sobre possíveis causas de endometriose são extremamente valiosas. Identificar fatores de risco modificáveis, como o tabagismo dos pais, e agir sobre eles pode ajudar a reduzir o impacto dessa condição dolorosa e debilitante, que pode ser um importante fator de infertilidade no futuro”, afirma Amanda Volpato, especialista em Reprodução Humana.