Fast food e poucas frutas: dieta interfere no tempo para engravidar

por | ago 28, 2020 | Artigos

fast-food-e-poucas-frutas-dieta-interfere-no-tempo-para-engravidarMulheres que comem menos frutas e mais fast-food demoram mais para engravidar e têm menos probabilidade de engravidar dentro de um ano, segundo um estudo publicado na Human Reproduction, uma das principais revistas de medicina reprodutiva do mundo.

O estudo envolveu mulheres de países como Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido e Irlanda. Durante o pré-natal, 5.598 mulheres incluídas no estudo foram questionadas sobre seus hábitos alimentares no mês anterior à concepção. Todas elas estavam grávidas pela primeira vez. Em comparação com as mulheres que comiam frutas três ou mais vezes por dia, o estudo mostrou um modesto aumento no tempo para engravidar, quando comparado a mulheres que ingeriam poucas ou nenhuma fruta por semana. O mesmo foi visto em relação a mulheres que comiam fast foods 4 vezes por semana ou mais, quando comparado com mulheres que nunca ou raramente comiam este tipo de refeição.

Entre todos os casais do estudo, 468 (8%) foram classificados como inférteis (mais de um ano para conceber) e 2.204 (39%) conceberam dentro de um mês. Quando os pesquisadores analisaram o impacto da dieta sobre a fertilidade, descobriram que a probabilidade de infertilidade tinha um aumento absoluto de 1-4% com o decréscimo da ingestão de frutas, e uma redução absoluta de 3-8% relacionada com a menor ingestão de fast foods.

“As descobertas mostram que adotar uma dieta de boa qualidade que inclui frutas e minimiza o consumo de fast food melhora a fertilidade e reduz o tempo para engravidar. Recomendamos que as mulheres que desejam engravidar alinhem sua ingestão dietética às recomendações dietéticas nacionais para a gravidez. Os dados mostram que o consumo frequente de fast foods atrasa o tempo de gravidez”, afirma a médica ginecologista e obstetra, Amanda Volpato, da Clínica Hope.

Pesquisas anteriores a esta buscavam concentrar-se no papel que a dieta desempenha em mulheres diagnosticadas com infertilidade ou que estavam fazendo tratamento para engravidar. O impacto da dieta maternal, antes da concepção, não tinha sido amplamente estudado na população em geral. Esta pesquisa foi realizada com mulheres recrutadas para o estudo multicêntrico Screening for Pregnancy Endpoints (SCOPE), entre 2004 e 2011. Das 5.598 mulheres, 94% não tiveram necessidade de se submeter a nenhum tratamento para engravidar, enquanto 8% tiveram.

Durante a primeira consulta pré-natal, por volta das 14-16 semanas de gestação, as parteiras coletaram informações sobre o tempo necessário para engravidar e a dieta das mulheres. Isso incluía detalhes de sua dieta no mês anterior à concepção e com que frequência elas consumiam frutas, vegetais de folhas verdes, peixes e fast foods

Os fast foods incluíam hambúrgueres, pizza, frango frito e batatas fritas que eram comprados em restaurantes fast-food. Os fast foods consumidos em casa (comprados em supermercados, por exemplo) não foram incluídos nos dados coletados e, portanto, o consumo desse tipo de alimento provavelmente não é relatado. Os casais foram excluídos da análise se estivessem fazendo tratamento de infertilidade devido a fatores masculinos. 

A maioria das mulheres que participou do estudo não tinha histórico de infertilidade. Os pesquisadores ajustaram as relações com a dieta pré-gravidez para levar em conta vários fatores conhecidos por aumentar o risco de infertilidade, incluindo índice de massa corporal (IMC) elevado, idade materna, tabagismo e consumo de álcool. 

“Como a dieta é um fator modificável, os resultados ressaltam a importância da mulher  adotar uma dieta saudável para apoiar a concepção oportuna”, afirma Amanda Volpato, especialista em Reprodução Humana.

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