Descobertas conflitantes sobre a relação entre atividade física e menopausa têm sido estudadas, com alguns artigos científicos sugerindo que mulheres que são muito ativas fisicamente podem ter menor risco de menopausa antes dos 45 anos, enquanto outros encontraram evidências do contrário.
No entanto, um estudo publicado na Human Reproduction, em outubro de 2018, analisou dados de 107.275 mulheres que foram acompanhadas prospectivamente a partir do momento em que aderiram ao Nurses ‘Health Study II, de 1989 até 2011, e não encontrou associação entre atividade física em qualquer idade e menopausa antes dos 45 anos.
Vários estudos anteriores bem elaborados encontraram sugestões de que a atividade física estaria associada à menopausa mais tardiamente. Os resultados do estudo atual, em conjunto com outros, fornecem evidências substanciais de que a atividade física não está associada à menopausa precoce.
Enfermeiras americanas com idades entre 25 e 42 anos foram inscritas no Nurses ’Health Study II em 1989, e completaram questionários sobre estilos de vida e condições médicas a cada dois anos a partir de então. Elas foram questionadas sobre o tempo gasto em atividades físicas recreativas, como caminhada, corrida, ciclismo, esportes de raquete, natação, atividades aeróbicas, ioga, musculação e atividades de alta intensidade.
Os pesquisadores também coletaram informações sobre fatores como raça, etnia, idade, escolaridade, altura, idade em que as mulheres tiveram seus primeiros períodos menstruais, gravidez, uso de contraceptivos orais e terapia hormonal, tabagismo, peso e índice de massa corporal (IMC), dieta e uso de suplementos dietéticos.
Durante os 20 anos de acompanhamento, 2.786 mulheres tiveram a menopausa antes dos 45 anos. Os pesquisadores não encontraram diferença significativa no risco de menopausa precoce entre os extremos de atividade física, como por exemplo mulheres com poucas horas de atividade física por semana e mulheres que faziam atividade física intensa (o equivalente a quatro ou mais horas de corrida ou oito ou mais horas de caminhada rápida por semana). Entre adolescentes e adultas jovens, nem a atividade física moderada, nem a extenuante estavam associadas a um risco de menopausa antes dos 45 anos.
“Embora os resultados não sugiram que mais atividades físicas estejam associadas a um menor risco de menopausa precoce, encorajamos mulheres na pré-menopausa a serem fisicamente ativas, pois o exercício está associado a uma série de benefícios para a saúde, como um menor risco de doença cardíaca, diabetes, câncer de mama e outras condições. Os resultados não sugerem que as mulheres na pré-menopausa não devam ser fisicamente ativas”, afirma a médica ginecologista e obstetra, Amanda Volpato, da Clínica Hope.
Os pesquisadores ainda estão investigando outros fatores que podem desempenhar um papel importante em mulheres que experimentam a menopausa precoce.
“O estudo recente sugeriu que os fatores ambientais estão associados à menopausa antes dos 45 anos. Os pesquisadores determinaram que o maior consumo de cálcio e vitamina D em laticínios pode estar associado a um menor risco. Uma maior ingestão de proteína vegetal está associada ao menor risco, mas a proteína animal não foi estudada. O tabagismo está associado a um maior risco, assim como o baixo peso. No momento, os autores da pesquisa seguem estudando outros fatores associados”, diz a diretora da Clínica Hope.