No maior estudo, até o momento, examinando a utilidade do teste genético pré-implantacional para aneuploidias (PGT-A) para pacientes com perdas recorrentes de gravidez, pesquisadores relatam que o PGT-A está associado a melhorias significativas em taxas de nascidos vivos, gravidez clínica e taxas de aborto espontâneo, especialmente em mulheres acima de 35 anos.
O estudo de coorte retrospectivo, usando dados nacionais dos Estados Unidos, foi restrito a pacientes que usavam seus próprios óvulos e que tinham transferência de embriões congelados (FET), a fim de comparar melhor os resultados.
As pacientes com perdas recorrentes de gravidez tiveram três ou mais perdas gestacionais antes de serem submetidas aos ciclos incluídos no estudo. Os pesquisadores analisaram os resultados de 24.007 ciclos FET com PGT-A, comparando-os com 43.811 ciclos FET de controle sem PGT-A na população de pacientes com perdas recorrentes de gravidez, nos anos de 2010 a 2016.
O desfecho primário foi a taxa de nascidos vivos. Em pacientes com menos de 35 anos, a taxa para FET com PGT-A foi de 55,3%, em comparação com 48,6% sem PGT-A. Para pacientes com 35 anos ou mais, cujos embriões foram testados (com PGT-A), a taxa de nascidos vivos foi de 52,5%, em comparação com 35,3% nos controles. Da mesma forma, em ambos os grupos etários, as taxas de gravidez clínica foram maiores e as taxas de aborto espontâneo foram menores nos ciclos que incluíram o PGT-A.
“O estudo fornece evidências sobre os benefícios que a PGT-A pode oferecer às pacientes que lutam contra a perda recorrente de gravidez. Ao aconselhar pacientes com esse diagnóstico, a fertilização in vitro com PGT-A para seleção de embriões euploides é uma opção que deve fazer parte da discussão”, afirma ginecologista e obstetra Melissa Cavagnoli, diretora da Clínica Hope.